O que o fracasso dos Patinetes Elétricos nos ensina sobre planejar um negócio no Brasil?
Falta de investimento e altos custos de manutenção estão entre os motivos do fracasso do novo meio de transporte
O mundo está em constante mudança e novos modelos de negócios surgem a todo momento. Recentemente, os patinetes elétricos ganharam espaço em diversas cidades brasileiras. Muitas pessoas aderiram o novo meio de transporte em seu para se locomover até o trabalho, escola, faculdade ou outros compromissos, porém a novidade parece não ter dado muito certo por aqui e algumas empresas do ramo já anunciam prejuízo e até mesmo encerramento das atividades.
A MetLife entende que meios de transporte alternativos são importantes para a população, pois além de trazer benefícios para os cidadãos com praticidade e agilidade, contribuem também para diminuir a poluição em grandes centros urbanos. No entanto, o fracasso dessas operações podem nos ensinar muito sobre planejamento de negócios.
O modelo, apesar de inovador, enfrenta dificuldades no mundo todo. Muitos especialistas apontam que os patinetes não deram certo por falta de investimento, alto custo de manutenção e preços inacessíveis para a maioria da população.
Falta de subsidio e investimento
A micro mobilidade (meios de transporte individuais alternativos) chegou ao Brasil através dos patinetes elétricos e bicicletas compartilhadas, no entanto, por se tratar de um meio novo, não existia até então uma legislação que desse conta de atender as necessidades das empresas e dos usuários, como já existe para o transporte coletivo de ônibus e metrô, o que dificulta muito que o poder público possa subsidiar parte das operações também.
Por conta disso, essas empresas dependem de investimentos externos para se manter, o que não aconteceu como esperado para muitas delas. Exemplos de outras startups de mobilidade que também tiveram desempenho ruim, afastaram potenciais investidores.
Desconfiança
A falta de políticas e investimento público para resolver problemas de infraestrutura nas cidades também afetou muito as operações dos patinetes elétricos. O usuário muitas vezes opta por utilizar o transporte coletivo, pois sabe que estará mais seguro e amparado em caso de acidentes.
Outro fator é que os patinetes elétricos funcionam no sistema “dockless”, ou seja, não existem estações onde o usuário possa retirar ou entregar o equipamento, eles podem ser deixados em qualquer lugar da cidade após o término da corrida e isso exige mais regras por parte da poder público também. Além disso, uma série de usuários de patinetes elétricos relatam “roubo” de seus patinetes no momento de encerrar a corrida em seus celulares, o que acarreta um gasto maior para todos os envolvidos.
E por falar em gastos, outro motivo que pode ter levado os patinetes elétricos ao fracasso é o custo das corridas que começam com o valor inicial de R$3,00 mais R$0,50 por minuto em média. O transporte público nos grandes centros urbanos custa em média R$5,00 e é possível percorrer um caminho maior por um preço menor.
Os altos custos de manutenção dos equipamentos também pesaram para a decisão de diminuir ou encerra operações dessas empresas. Sem a entrada de investimentos externos e a queda de usuários, ficou cada vez mais difícil manter a qualidade necessária para o uso dos patinetes.